O Brasil registrou uma queda de 5,8% nos nascimentos e um aumento de 4,6% nas mortes em 2024, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em números, o país teve pouco mais de 2,38 milh?es de nascimentos em 2024, em compara??o com 2,52 milh?es em 2023, marcando o sexto ano consecutivo de queda. A redu??o de 5,8% é a mais acentuada em 20 anos, superando a queda de 5,1% registrada entre 2015 e 2016.
A gerente de pesquisa Klivia Brayner afirmou que a redu??o no número de nascimentos "confirma a tendência já demonstrada pelo Censo de 2022, de que as mulheres est?o tendo menos filhos, o declínio da fertilidade".
A demógrafa Cintia Sim?es Agostinho acrescentou que, além de fatores culturais, a queda está relacionada à estrutura demográfica do país, marcada pelo envelhecimento da popula??o e pela redu??o do número de mulheres em idade reprodutiva.
Em 2024, o Brasil registrou uma média de 198 mil nascimentos por mês, 6.600 por dia e 275 por hora. Mar?o foi o mês com o maior número de nascimentos (215.500), seguido por maio, abril e janeiro. Os meses com o menor número de nascimentos foram novembro e dezembro. Os registros também mostram que as mulheres est?o tendo filhos em idades mais avan?adas. Em 2004, 51,7% dos nascimentos eram de m?es com 24 anos ou menos; em 2024, essa propor??o havia caído para 34,6%.
A regi?o Norte, a mais pobre do país, apresentou os maiores percentuais de m?es adolescentes, enquanto o Distrito Federal e os estados do Sul e Sudeste, os mais desenvolvidos, registraram as maiores propor??es de m?es com mais de 30 anos.
O estudo também indica que 34,3% dos nascimentos em 2024 ocorreram em municípios diferentes do domicílio da m?e, com Sergipe e Pernambuco apresentando as maiores propor??es.
Em rela??o à mortalidade, o Brasil registrou quase 1,5 milh?o de óbitos em 2024, um aumento de 4,6% em compara??o com 2023 e o maior aumento fora do período da pandemia em duas décadas. O total, no entanto, foi 0,6% menor do que o registrado em 2022.
Em 2024, nove em cada dez mortes no Brasil foram por causas naturais. Causas n?o naturais, como homicídios, suicídios, acidentes de transito, afogamentos e quedas, representaram 6,9% do total. A mortalidade masculina em excesso permaneceu alta: para cada 100 mortes femininas, houve 120 mortes masculinas.
Na faixa etária de 15 a 29 anos, a mortalidade masculina por causas n?o naturais foi 7,7 vezes maior que a mortalidade feminina.
Os dados divulgados nesta quarta-feira refletem a acelerada transforma??o demográfica pela qual o Brasil está passando, marcada pela queda da fertilidade, envelhecimento da popula??o e mudan?as significativas nos padr?es de natalidade e mortalidade.